O HOMEM QUE ESPALHOU O DESERTO
Posted by marcocsouza em julho 14, 2006
Postamos agora o texto O HOMEM QUE ESPALHOU O DESERTO de Inácio de Loyola Brandão para que os leitores reflitam sobre a prática danosa da derrubada de árvores indiscriminada em Teixeira.
O HOMEM QUE ESPALHOU O DESERTO
Ignácio de Loyola Brandão
Quando menino, costumava apanhar a tesoura da mãe e ia para o quintal, cortando folhas das árvores. Havia mangueiras, abacateiros, ameixeiras, pessegueiros e até mesmo jabuticabeiras. Um quintal enorme, que parecia uma chácara e onde o menino passava o dia cortando folhas. A mãe gostava, assim ele não ia para a rua, não andava em más companhias. E sempre que o menino apanhava o seu caminhão de madeira (naquele tempo, ainda não havia os caminhões de plástico, felizmente) e cruzava o portão, a mãe corria com a tesoura: tome, filhinho, venha brincar com as suas folhas. Ele voltava e cortava. As árvores levavam vantagem, porque eram imensas e o menino pequeno. O seu trabalho rendia pouco, apesar do dia-a-dia, constante, de manhã à noite.
Mas o menino cresceu, ganhou tesouras maiores. Parecia determinado, à medida que o tempo passava, a acabar com as folhas todas. Dominado por uma estranha impulsão, ele não queria ia à escola, não queria ir ao cinema, não tinha namoradas ou amigos. Apenas tesouras, das mais diversas qualidades e tipos. Dormia com elas no quarto. À noite, com uma pedra de amolar, afiava bem os cortes, preparando-as para as tarefas do dia seguinte. Às vezes, deixava aberta a janela, para que o luar brilhasse nas tesouras polidas.
A mãe, muito contente, apesar de o filho detestar a escola e ir mal nas letras. Todavia, era um menino comportado, não saía de casa, não andava em más companhias, não se embriagava aos sábados como os outros meninos do quarteirão, não freqüentava ruas suspeitas onde mulheres pintadas exageradamente se postavam às janelas chamando os incautos. Seu único prazer eras as tesouras e o corte das folhas.
Só que, agora, ele era maior e as árvores começaram a perder. Ele demorou apenas uma semana para limpar a jabuticabeira. Quinze dias para a mangueira menor e vinte e cinco para a maior. Quarenta dias para o abacateiro, que era imenso, tinha mais de cinqüenta anos. E seis meses depois, quando concluiu, já a jabuticabeira tinha novas folhas e ele precisou recomeçar.
Certa noite, regressando do quintal agora silencioso, porque o desbastamento das árvores tinha afugentado pássaros e destruído ninhos, ele concluiu que de nada adiantaria podar as folhas. Elas se recomporiam sempre. É uma capacidade da natureza, morrer e reviver. Como o seu cérebro era diminuto, ele demorou meses para encontrar a solução: um machado.
Numa terça-feira, bem cedo, que não era de perder tempo, começou a derrubada do abacateiro. Levou dez dias, porque não estava habituado a manejar machados, as mãos calejaram, sangraram. Adquirida a prática, limpou o quintal e descansou aliviado. Mas insatisfeito, porque agora passava os dias a olhar aquela desolação, ele saiu de machado em punho, para os arredores da cidade. Onde encontrava árvores, capões, matos, atacava, limpava, deixava os montes de lenhas arrumadinhos para quem quisesse se servir. Os donos dos terrenos não se importavam, estavam em via de vendê-los para fábricas ou imobiliárias e precisavam de tudo limpo mesmo.
E o homem do machado descobriu que podia ganhar a vida com o seu instrumento. Onde quer que precisassem derrubar árvores, ele era chamado. Não parava. Contratou uma secretária para organizar uma agenda. Depois, auxiliares. Montou uma companhia, construiu edifícios para guardar machados, abrigar seus operários devastadores. Importou tratores e máquinas especializadas do estrangeiro. Mandou assistentes fazerem cursos nos Estados Unidos e Europa. Eles voltaram peritos de primeira linha. E trabalhavam, derrubavam. Foram do sul ao norte, não deixando nada em pé. Onde quer que houvesse uma folha verde, lá estava uma tesoura, um machado, um aparelho eletrônico para arrasar.
E enquanto ele ficava milionário, o país se transformava num deserto, terra calcinada. E então, o governo, para remediar, mandou buscar em Israel técnicos especializados em tornar férteis as terras do deserto. E os homens mandaram plantar árvores. E enquanto as árvores eram plantadas, o homem do machado ensinava ao filho a sua profissão.
BRANDÃO, Ignácio de Loyola. Cadeiras proibidas. 4. ed. Rio de Janeiro: Codecri, 1984. p. 78-80.
joao gabriel said
que relação o narrador pretende estabelecer entre a destruição da natureza e a inteligencia
A História do Conto. « Hora de Acordar said
[…] https://blogdomarco.wordpress.com/2006/07/14/o-homem-que-espalhou-o-deserto/ […]
natalia said
muito legal esse texto eu só li ele porque vou fazer uma prova que sera em cima desse texto (portuguÊs)
Julia said
por que vcs nao fizeram perguntas para o prof. colocar na lição e a gente copiar a resposta..
seus burrossss
edson c. de a. junior said
esse texto eu li porque fui obrigado,
mais achei muito legal ele conta da infancia dele e ele apanhava muito e ele fala como ele pintou os quadros e muito legal a historia .
leiam vcs vao gostar ..
b said
Caiu no vest!
paulo said
MTO BOM ESSI TEXTO MASSA ^^ METERIA : PORUGUES KKKKK
AAA
NUMERO 4 VAI ESTUDA PRA SE ALGUEM NA VIDA
OLHA SO QUEM FALA DE SE BURRO…
' Rayane said
Esse texto eh muito legal
eu li por obrigação
kkkkkkk
mas eh muito show
hehehe
clara said
Esse texto e muito legal muitoo show …
'Luiza' said
Eu sou a pior de todas! O professor mando termina o texto! só que tem que ser total e completamente diferente!!!
por que vocess não fizeram outro final??!!!
muito dez A HISTÓRIA!
Bia said
Bueno 😉
tinhuuu said
mtoo bom esse texto, bom li por obrigação,mas gosteii
a única coisa q aconteceu, foi q eu esperava mais do final, ele eh interessante, mas naum do jeitoo q eu esperavaaa
mas eh mtoo bommm
matheus said
eu também só li este texto porque tenho que fazer uma prova de literatura em cima deste texto ^^
samara said
eu gostei muito deste texto ,mas eu nao concordo com o desmatamento.Eu e o Matheus (comentario de cima) estudamos juntos e a professora falou para nos lermos esse texto e comentar, porque vamos fazer uma prova tbm sobre esse texto ^^
thata said
MUITO LEGAL ISO ENSINA A Ñ DESMATAR O MEIO AMBIENTE ADOREI ESSE TESTO
wessmuller filho said
profs burrosssssssssssssssssssssssssssssss
yuri said
eu so li porque vou fazer uma prova de portugues
junior said
bom. o texto é mais ou menos, eu não entendi muito a motal do texto mais so o lì por que vo fazer uma prova ke fala uito sobre ess texto :l
Greice kelly said
eu lii esse texto pq a albina da minha professora mii obrigou
maiis eu amei o texto!!
obg galera amuh vcs!!
xeroo
ate maiis
quem quiser me add no msn ta aii
pikena_gk@hotmail.com
falôô pivete doido
Crislene said
galera eu li otexto pq a franga branca da minha professora me obrigou…
tragiico nao ééh!
bjiN
amo vcs
tiririca amor da minhavida
vc vaii ta sempre akii hoo ~>s2
Isabel Cristine said
[PINK]EU TBM LI ESSE TEXTO PQ TIVE Q FAZER UM
TRABALHO SOBRE ELE MEU PROF DE LÍNGUA PORTUGUESA
ELE É XATO MUITO XATO + EU FIZ NÉ RESPONDI
TODAS AS PERGUNTAS(L)
Isabel Cristine said
EU TBM LI ESSE TEXTO PQ TIVE Q FAZER UM
TRABALHO SOBRE ELE MEU PROF DE LÍNGUA PORTUGUESA
ELE É XATO MUITO XATO + EU FIZ NÉ RESPONDI
TODAS AS PERGUNTAS
Gabi said
Por que vocês publicam comentários tão ofensivos aos professores e professoras?
achei um absurdo, uma falta de respeito alguns deles.
yara said
GOSTEI MUITO DO TEXTO FAA SOBRE O DESMATAMENTO E A INTELIGENCIA O HOMEM!
marcos vinicius said
A Que sorte a professora de lingua Portuguesa pediu para que nós lessemos o texto porque se não eu ia perde essa maravilha de texto. caio na prova, interpretação.
marcos vinicius said
A QUE TEXTO LINDO,QUE SORTE QUE A PROFESSORA jUCILENE PEDIO QUE LESSEMOS ESSE TEXTO QUE IA CAIR NA PROVA NA PARTE DE INTERPRETAÇÃO PORQUE SE ELA NÃO PASSASE ESSE TEXTO EU IA PERDE ESSA MARAVILHA.
Joanna said
Eu achei legal esse texto, mostra qe quando qeremos realmente uma coisa, lutamos, temos qe ser determinados, pra miim a moral eé esta, poorqe na história conta qe o homem qeria só cortar plantas e mais plantas, acabando assim com todas qe existiam, por vontade própria
Até qe conseguiu acabaar com todas, quando nñ deu maais pra ele, ensinou isso para seu filho,
e eõ acho qe assim vaai passando de geração para geração,
eé mt legal a história, apesar de logo de cara nñ nos ensinar mts coisas, maas são detalhees qe fazem a diferença’
giovana said
é legal esse texto eu só li pq era produçao de texto da aula de portugues e tinha que reconta-lá depois
adelina said
da hora
priscila said
psé ele e da horaaa
numeralindo said
q top esse livro kkkkkkkkkkkkk
Letícia Oliveira said
gostaria de saber o tipo de narrador dessa história? Muito da hora essa historia
godaddy bookkeeping code said
Tax Professional
O HOMEM QUE ESPALHOU O DESERTO